12/21/2009

Wisconsin Dells, a geladeira da América

Quando desci do trem, umas 2 semanas atrás, a única coisa que pude ver era uma minúscula estação, daquela que vemos nos desenhos e filmes, e um monte de neve. Pensei: meu Deus, onde vim parar! Mas antes de falar da gelada Wisconsin Dells, preciso contar como fui recebida pelos EUA. A estação! Como já era de se esperar, Dells não tem aeroporto. Tive que descer no de Chicago, um dos mais próximos daqui. Pra não correr o risco de me perder no caminho, eu e mais 2 pessoas contratamos um cara aqui da cidade para nos buscar no aeroporto.Pois bem, qdo cheguei no portão de desembarque, pra minha surpresa, não tinha ninguém me esperando! Dei uma circulada pelo aeroporto e nada! A minha única opção de translado era ir de trem, o Amtrak. Me juntei a outros 2 brasileiros que estavam comigo no voo e pegamos um metrô até a estação. Pela janela pudemos ver o qto Chicago é linda, principalmente nesse época do ano. 1h depois estavamos no Amtrak. Lá, fui informada que as estradas estavam fechadas por causa de uma nevasca, por isso não foram me buscar no aeroporto. Que belo dia pra se chegar, hein! Da janela do Amtrak, Chicago Depois de um tempo no trem, começamos a nos acostumar com a paisagem branca lá de fora. E qto mais nos aproximávamos de Dells, mais a neve aumentava. Chegamos em Wisconsin Dells lá pelas 6h da tarde. A cidade estava toda coberta por neve e já era noite. Aliás, essa é uma das características desse estado: no inverno anoitece lá pelas 5h da tarde. E por falar em Wisconsin Dells... Essa cidade é linda! Localizada na regiào dos Grandes Lagos, WisDells é uma cidade turística famosa por ser a capital mundial dos parques aquáticos. O resort onde eu trabalho, aliás, tem um dos maiores da região. Esses parques atraem turistas tanto no verão qto no inverno. Minha casa no dia da nevasca Falndo no inverno, o frio aqui chega aos -35 graus celsius. Ainda não peguei esse frio, mas hoje, qdo acordei pra ir trabalhar, estava nevando. Dividida entre a região do lago, o lado Lake Down, e a região do comércio, o lado Downtown, Dells é linda no inverno e também parece ser maravilhosa no verão. Pelas fotos que vimos, a cidade vira uma região praiana. Como moro no lado do lago, não é difícil encontrar uma casa que tenha um barco ou lancha na entranda da garagem. O lugar onde moro também é muito lindo. Parte do lago que banha a cidade corta o quintal da minha morada (um motel). Nessa época do ano, o lago se congela, formando um cenário fantástico. Quanto a parte Downtown, só fui pra lá 2 vezes, e as nas 2 já era noite (o que nào é muito difícil, hehe). Por isso não posso falar muito, mas já sei que o comércio de lá só abre no verão, quando a cidade fica lotada de turista europeu. Enfim, se eu puder descrever Wisconsin Dells atraves de uma imagem, diria que a cidade é igual a cidade de Kate Winslate em O Amor Não Tira Férias. Se me pedirem pra usar palavras, Dells é charmosa, linda e branquinha.

12/16/2009

Descobrindo o lado B dos Estates

Daqui alguns minutos faz uma semana que cheguei nos EUA. Apesar do pouco tempo, já tenho muitas histórias para levar na mala: vi neve pela primeira vez, conheci milhares de mexicanos, peruanos, equatorianos e brasileiros de vários estados. A história mais importante dessa viagem, no entanto, não diz respeito aos baixos graus Farenhaits, mas sim ao meu trabalho. Há 5 dias descobri um mundo que jamais pensei que iria pertencer. Era quinta feira de uma manhã congelante. Me perdi várias vezes até achar o meu posto de trabalho, já que o Resort, o Wilderness, é enorme. Wilderness Resort, o trabalho Quando finalmente encontrei o lugar de trabalho, abri a porta e me deparei com vários mexicanos. Estavam todos lá, a Guadalupe, o Margarito, o Juan Carlos, hahaha! E eu ainda não sabia, porém mais que nomes de novelas do SBT, aquelas pessoas iriam me apresentar um EUA que nunca tinha visto em nenhum filme de Holiwood. Durante os meus 2 primeiros dias no Wilderness, trabalhei em uma equipe com mais 4 mexicanos. Como também falo espanhol, quis praticar meu terceiro idioma e puxei conversa com meus novos amigos de trabalho. Todos eles tinham uma história de saudade do seu país e de decepção para me contar. Roberto, esse foi o dono da história que mais me marcou: 20 anos de idade, 3 de saudade do México e de toda a sua família. A parte mais triste foi quando, depois de confessar que tinha sonho de voltar a estudar, Roberto se dirigiu ao quarto que iria limpar e começou cantar, acompanhado de um choro. Quanto mais triste o verso, mais o mexicano chorava. No terceiro dia de trabalho, passei de ouvinte a personagem das histórias. Isso porque nesse dia apareceu uma tal de Margareth na minha vida: ela é minha supervisora e está me treinando para ser housekeeper do Resort. Como passei para a fase de treinamento, minha atual equipe tem outras pessoas do work and travel program. Ao todo, somos em 7: 4 brasileiros e 3 peruanos. A Margareth, além de me ensinar a dobrar jogos de toalhas e a arrumar camas de maneira luxuosa, ela tem me mostrado o quanto os americanos são irracionais e consumistas. Digo isso porque nunca vi alguém desperdiçar mais comida e gerar tanto lixo quanto essa mullher! Toda vez que entramos em um quarto para limpar, encontramos comida (geralmente pizza, a paixão dos americanos). A primeira coisa que Margareth faz é jogar a comida no lixo, assim como todos os papeis higiênicos, filtros de café nunca antes usadaos e etc. Mais que um absurdo, um pecado, pois a maioria das pessoas que trabalham com a Margareth, os mexicanos, não conseguem nem ir vizitar seus parentes. A para completar minha simpatia pela supervisora, outro dia perguntei a ela se todos os inúmeros sacos de lixo que usamos durante o trabalho eram reciclados. Margareth somente me respondeu com uma risada. Se me permitem um parênteses, os EUA ainda vão se dar muito mal, pois não sabem fazer nada, somente mandar. E como a historia nos ensinou, o resultado da realeza foi a sua própria guilhotina. O primeiro efeito desse comportamento dos americanos já é visivel a olho nu: de tanto consumirem descartáveis, os americanos viraram pessoas de plástico, que assim como o seu lixo, jamais se reciclam. No mais, não quero julgar o resto dos Estates pela Margareth. Além disso, Wiscosin Dells é uma cidade maravilhosa, que compensa qualquer esforço, mas esse será um capítulo a parte nesse blog. Estou adorando a viagem e a nova experiência. Só sei que hoje o sol demorou a se pôr e a saudade ganhou lágrimas (calma, mae, eram também de alegria)... ps: Mãe, pai e Lígia, amo vocês e estou muito bem!