9/24/2010

Todos os Custos de um Work and Travel

Participar de um programa de Work and Travel é muito bom para quem quer sair e sem ter dor de cabeça para se bancar lá fora. Como eu já devo ter dito, o dinheiro que ganhamos nos trabalhos do programa rende grana para nos mantermos. O problema está antes de embarcar, quando temos que gastar com passaporte, visto, taxa para a empresa contratada e mais a passagem aérea. Bom, mas vamos falar em números.
Antes de mais nada, você terá que pagar a empresa que contratou para te arrumar um empregador norte americano e te ajudar com a parte burocrática. Hoje, para fazer um intercâmbio desse tipo, você terá que pagar uma taxa de inscrição de 100 dólares. Essa taxa te dá o direito de participar das entrevistas de trabalho. Se você for empregado, aí terá que pagar o valor do programa, que circula em torno de 1400 a 1600 dólares. Quanto mais cedo você começar a pagar esse valor, mais parcelas menores terá. Ainda existe uma tal de taxa Sevis de 35 dólares.
Quanto aos gastos fora da empresa, se você ainda não tem um passaporte, desembolsará cerca de 160 reais para tirar o modelo novo, o azul. Com o passaporte na mão, vem os custos com o visto americano. Para consegui-lo, é preciso pagar uma taxa ao consulado que vai variar de acordo com o câmbio do dólar. No ano passado, por exemplo, o meu visto ficou cerca de 400 reais.
Lá pelo mês de setembro aparece outro valor grande, porque é a hora de comprar a passagem aérea. O valor dela dependerá muito para o lugar que você irá morar. Se for morar na Flórida, a passagem para lá é uma das mais baratas, cerca de 800 dólares. Já se for morar no Havai, a de lá a mais cara. A minha, que foi para Chicago com escala em Miami, saiu por cerca de 1200 dólares, valor que eu dividi em 6x. Esse preço está incluído o desconto por sermos estudantes e é referente a ida/volta.
Depois de todas essas taxas e valores, o participante também deverá levar cerca de 800 dólares para gastos iniciais. Isso é preciso porque assim que você chega nos eua tem que pagar o primeiro mês de aluguel e ainda fazer uma compra inicial de supermercado, sendo que seu primeiro salário virá só dali uns 20 dias. Se você for morar em cidade grande, também terá que se preocupar com o valor do transporte.
Vale lembrar que a maioria desses valores que eu descrevi podem ser divididos em algumas vezes.

9/22/2010

O que rolava nos States na época do meu intercâmbio...

"Papa, paparazi..." nossa, ou vi mto essa música em janeiro. Fevereiro foi a vez de "don´t call my name, Alejandrooo", que eu cantava pro mexicano líder da minha equipe de housekeepers. Pois é, passei o Carnaval e o Ano Novo ouvindo Lady Gaga. Também ouvi mto Ke$ha, além da Miley Cyrus querendo fazer uma "Party in the USA".
Para o meu desespero (é, eu não gosto mto da menina), a Hannah Montana também visitava a minha tv E (!) meu rádio por causa do filme The Last Song, em que Cyrus é protagonista e dona da música tema.
Outra teen que tb estava sempre no radio e na tv era a Taylor Swift, que cantava em todo lugar que eu ía "Fifteen" e "You Belong with me", ou insistia em aparecer na televisão no trailer do Valentine´s Day (Idas e Vindas do Amor).
Aliás, o mês de fevereiro foi bem melado em Hollywood. Isso demonstra o quanto os norte americanos levam a sério o 14/02, Dia de São Valentim. Foi nessa data que começaram a circular os longas Dear John (Querido John) e o Remember Me (Lembranças), esse último com o Robert Pattinson.
Na televisão, estava em alta o programa com estilistas jovens Project Runway. Também tinha um reality show super barraqueiro que eu adorava! haha...O Jersey Shore, que reunia em uma casa no litoral de New Jersey oito ítalo-americanos, chamados de Guidos no país. O programa era da Mtv.
Por falar na Music Television, a rede é tão forte nos EUA que tem dois canais, a Mtv e a Mtv2. Essa segunda é quase que dedicada só a black music. A primeira, além do Jersey Shore, tinha outro programa que eu adorava, o The Buried Life.
Toda segunda feira à noite eu ficava uma hora assistindo os 4 meninos que tinham uma lista de sonhos diferentes para realizar. Sim, esse era a proposta do programa: What do you want to do before you die? Ou seja, o que vc quer fazer antes que morra? Um dos meninos tentou dar um beijo na mulher dos sonhos dele, a Megan Fox, o outro entrar de penetra numa festa da Mansão Palyboy, e assim por diante. O mais legal é que td episódio, além dos sonhos deles, eles também deveriam tentar realizar o pedido de pessoas anônimas. Um dos meus programas favoritos foi o que eles conseguiram reunir 4 velhos amigos que não se viam
tinha anos.
Pode parecer besteira, mas acho que todas essas músicas e programas que eu assistia e ouvia me ajudaram a formar uma imagem daquele país nunca antes pisado por mim.

9/13/2010

Can I help you?...a rotina de trabalho

Housekeeper, Dishwasher, Busser, Lifeguard, Slide Attendant...geralmente são essas as vagas de emprego disponíveis para um universitário que queira participar do Work and Travel Program, tb conhecido com Trabalho de Férias. Como deu pra ver, os trabalhos estão ligados a capacidade física de cada pessoa, e não intelectual. Logo, não vale ficar reclamando quando tiver 8 ou 9 banheiros para lavar em um dia só.
Das vagas apresentadas acima, eu fui Housekeeper e dishwasher, como já devo ter falado uns 2 postes atrás. Confesso que minha rotina de trabalho não era nada fácil. Entrava às 10h da manhã e só saía às 4h da tarde. Não tinha hora de descanso e tinha que comer algo (geralmente pão com manteiga de amendoim ou pedaço de pizza) em menos de 15 min. Existiram dias que cheguei a trabalhar de 10 a 11h num dia só.
Quanto aos dias de trabalho, eles vão variar conforme o mês e os feriados do país. Isso acontece porque esses trabalhos estão diretamente ligados com o turismo. Ou seja, pode esquecer feriado se você for trabalhar em hotel ou parques. Passei o dia 1 de janeiro, por exemplo, trabalhando das 9h da manhã até às 8h da noite, com um sono de matar porque tinha ido numa festa no dia anterior hehe. O mês de fevereiro e março, em compensação, tem baixo movimento.
E o dinheiro? Isso dependerá das horas de trabalho na quinzena. Eu cheguei a ganhar 500 dólares na segunda quinzena de Dezembro. Já na segunda quinzena de fevereiro meu paycheck não passou dos $220. Por falar no pagamento, como disse, ele geralmente é de 15 em 15 dias e na forma de paycheck, que deverá ser descontado no banco. Em Wis Dells, para poder trocar o paychek por dinheiro era preciso abrir uma conta nos EUA. Eu tinha uma conta e até uma poupança, onde guardava o dinheiro que utilizei num mochilão pelo país no fim do programa. Fechei a conta uma semana antes de deixar o país.
Vale lembrar que toda essa rotina de trabalho era regada com muita neve, o que, pra mim, piorava as coisas. Como eu trabalha em um resort de várias casas, restaurantes e um hotel, tinha que me locomover entre um espaço e outro, geralmente no meio da neve. As casas do resort Wilderness onde trabalhava
Disse no primeiro parágrafo que esse programa só oferece vagas de trabalhos "braçais". Sim, mas a velha esperteza sempre conta. Digo isso porque consegui várias horas de trabalho no próprio escritório do meu departamento, sentada na mesa do meu menager! Como consegui? Trabalhava em uma equipe em que a quase que todos eram mexicanos ou peruanos e não falavam o inglês bem. Foi aí que dei a ideia de uma cartilha em espanhol com todas as dicas, regras e deveres de cada trabalhador deveria saber. Cobrei pelo trabalho e passei cerca de uma semana traduzindo documentos do inglês pro espanhol ao invés de fazer o meu trabalho de costume.
Não me arrependo de nada e faria tudo de novo. Não me arrependo de nenhum prato esfregado, de nenhuma hora gasta em cozinha de restaurante cortando frutas, de nenhuma hora arrumando camas. Aprendi a fazer e aguentar coisas que não sabia que era capaz. Aprendi a ser mais humilde, menos chorona, a usar mais o "por favor" e a saber o valor quase que semiótico que existe por trás de cada centavo ganho com o seu trabalho. Tem ainda todas as pessoas que me ajudaram ou que me apontaram o dedo e disseram "faça o trabalho melhor!", enfim, todas aquelas que me ensinaram algo. Mas deixa isso pra um próximo poste porque elas não caberiam aqui.

A vida em Dells

Quando embarquei pros EUA, o ano passado, o objetivo era o de fazer desse blog um diário eletrônico de todas as minhas experiências. Acontece que levei o bom e velho caderninho de capa dura e acabei substituindo o notebook pelas folhas de papel.
Um mês atrás, no entanto, comecei a receber e-mails de pessoas desconhecidas que também vão morar no estado de Wisconsin no fim desse ano e me pediram que atualizasse o blog. Foi aí que resolvi revirar a caixa de madeira de revistas do meu quarto e ler pela primeira vez o meu "caderno de viagem". Deu pra relembrar umas boas histórias e chorar um pouquinho de saudade.
Bom, mas vamos falar da cidade de Wisconsin Dells. Infelizmente, não conheço a cidade com clima quente, pois morei lá só durante o inverno. Pra quem for morar lá durante essa estação, se prepare, porque em janeiro, o mês mais frio do ano, pode chegar a fazer -35°C. Durante todo mês e começo de fevereiro, eu só usei galochas e botas de neve, todas compradas baratinho (cerca de 20 dólares)no Wallmart.
Por falar em comprar, o Wallmart é o que há nos EUA. Lá você compra desde um miojo por 20 cents, até uma luva térmica para enfrentar o frio por $5 ou um xarope para a gripe (nos eua é permitido vender remédio em supermercado). Além disso, a variedade é enorme. O mais legal é que dá pra ir vestido de qualquer jeito no supermercado. Eu já cheguei ir de pijama e ninguém reparou em mim. Só pra dar uma conferida e ver como as pessoas vão no Wallmart: http://www.peopleofwalmart.com/
Quanto ao custo de vida norte americana, varia muito. Isso acontece por causa que a taxa de impostos muda de Estado para Estado. O esquema é assim: o produto trás um preço x na etiqueta. Em cima desse preço, será somado uma porcentagem equivalente a taxa de imposto do Estado em questão. Wisconsin e Hawaii são um dos estados mais baratos, que tem apenas 6% de imposto. Já em Illinois, por exemplo, a taxa é de 11%.
No que diz respeito a própria Wisnconsin Dells, era tão baixo o custo de vida lá que eu gastava cerca 650 dólares por mês com tds as contas pagas (aluguel da casa, comida e gasolina pro carro). E o dinheiro pras baladas? Ah, a noite em Dells se resumi assim: Segunda feira, jogar boliche com os amigos em downtown. A cerveja lá é barata e o jogo sai uns $4 por pessoa. Terça feira, dia de Monk´s Bar, um sportbar bom pra sentar no balcão e assistir um jogo nos vários telões do bar. Quinta feira, dia de balada no Carvelli´s. Tem uns drinks legais e mulher bebe de graça. Também fica em downtown. Sexta e sábado, dias de Marleys Club! A balada lá só toca hip hop, reggae e black music. Desses, o que eu mais ía era o Carvelli´s. Passei ano novo e carnaval lá. O chato é que as baladas fecham por volta de 2h da manhã. O pior é que é assim nos EUA inteiro, só em Las Vegas que não! Mas aí já é outro capítulo...